A pandemia provocada pelo novo coronavírus trouxe alterações profundas às estruturas sociais, politicas, empresarias e relacionais em todo o mundo.
Fechámo-nos em casa e fomos obrigados a repensar os nossos hábitos e, para quem era descrente no processo de digitalização de alguns setores, viu a mudança acontecer e a ganhar terreno de forma galopante.
A saúde foi dos setores que mais palco teve desde meados de março de 2020, colocando a olho nu as fragilidades do sistema nacional de saúde Português.
Ineficiente. Sobrelotado. Incapaz.
Julgo que não restam dúvidas para ninguém de que já o era muito antes da pandemia, mas uma sobrecarga na afluência deste serviço veio mostrar como é imprescindível haver uma reorganização das prioridades do estado português.
Acredito que esta reorganização passa por melhorias na gestão, na valorização e contratação de mais profissionais de saúde, mas também por uma democratização daquilo que é o consultório clinico.
Vimos mudanças a acontecer nas empresas: o teletrabalho, por força da necessidade, foi assumido por todos e o que antes parecia uma utopia é hoje a realidade de milhares de portugueses. Abalou as estruturas que conhecíamos até então e abriu espaço ao debate que se estende para lá das fronteiras empresariais. E na saúde? Não será também esta uma oportunidade de repensarmos a forma como encaramos a abordagem de uma consulta médica?
Num mundo cada vez mais tecnológico parece-me inevitável começarmos a encarar a saúde digital como algo mais do que um penso rápido em tempos de covid19 e assumir os benefícios desta nova era: uma saúde integrada capaz de alavancar sinergias entre o online – videoconsulta – e o offline – consulta tradicional.